terça-feira, 27 de outubro de 2009

DEVOLUTIVA

Autora: Ana Michelle da R.C. Moura.

A Entrevista de devolução é a comunicação verbal que o psicopedagogo faz ao paciente, a seus pais e ao grupo familiar, dos resultados obtidos no diagnóstico psicopedagógico. Trata-se de uma entrevista final, posterior à aplicação do último teste.

Na Entrevista Devolutiva ou Devolução comunicamos verbalmente todas as conclusões a que se chegou durante as análises das sessões realizadas. O psicopedagogo relata ao paciente, a seus pais ao grupo familiar e a Escola, se a queixa partiu desta, os resultados obtidos durante o processo diagnóstico. No momento da apresentação das conclusões diagnósticas é importante não somente expor com clareza o problema em todas as suas dimensões, mas tornar compreensível a família os aspectos inconscientes e latentes da questão.

Essa entrevista faz parte de um processo de investigação que é continuo. Não tem início na ultima sessão, mas se inicia desde o momento do primeiro contato com a família e com a queixa. É preciso levar em consideração todo o contexto que a queixa está inserida, a criança que não aprende trás consigo e com a família fantasias ou preconceitos da possível causa do problema que devem ser levados em consideração, embora não possam se tornar motivos de atrito entre paciente e psicopedagogo, ou família e psicopedagogo. Esse, porém deve agir com sensibilidade e sabedoria, com muito afeto para que todos possam expor suas dúvidas, sentimentos de confusão ou de culpas. O psicopedagogo deve claramente apontar o caminho para a solução do problema apresentando de acordo com o diagnóstico e prognóstico do paciente.
Alícia Fernandez (1991, p.233) ao citar Sara Paín diz:

A interpretação do discurso não pode ser feita sem levar em conta o nível da realidade, pois a realidade é a prova; sem levar em conta a leitura inteligente dessa realidade que lha dá a sua coerência; sem levar em conta a dimensão do desejo, que é sua aposta; sem levar em conta sua modalidade simbólica, que lhe dará sua paixão.


Durante a Devolutiva o psicopedagogo deve interpretar situações que apontem para o esclarecimento de pontos que ficaram obscuros durante a avaliação e é na criação de um vínculo de confiança entre o psicopedagogo e a família que isso será possível.

A Entrevista de Devolução é de responsabilidade de quem realizou o diagnóstico psicopedagógico, e jamais poderá ser dada por telefone. As informações deverão ser dadas aos pais e ao filho separadamente, pois desta forma, favorecemos a distinção de identidades dentro do grupo familiar. A criança não deve ser excluída da devolução de informação, já que sua problemática é o motivo central da consulta o psicopedagogo deve atentar para a linguagem que deverá ser no nível de entendimento da criança e dos pais evitando usar termos técnicos ou ambíguos.

A Devolutiva jamais deverá ser utilizada para culpar ou repreender os pais ou paciente. Para essa sessão pode se usar um roteiro apresentado por Weiss que precisa ser adaptado de acordo com o diagnóstico de cada paciente:

1º procedimento: Inicia-se a entrevista retomando a queixa inicial;

2º procedimento: Decorre-se, sucintamente, sobre cada instrumento utilizado. O psicopedagogo deve explicar que procurou durante esse período avaliar aspectos pedagógicos como de leitura, escrita, raciocínio lógico matemático, etc. Pedindo sempre para que o paciente relembre o fez em cada sessão, O material dos testes não deve, de forma nenhuma, ser mostrado aos pais, atentando para o segredo profissional dos atendimentos.

3º Procedimento: Deve se tocar nos aspectos mais positivos do paciente.
Em diferentes perspectivas teóricas da Psicologia é estudado o problema do baixo autoconceito, da baixa auto-estima como elemento bloqueador no movimento dos indivíduos em busca de novas conquistas. O importante é localizar de onde vem esse sentimento através das entrevistas de anamnese projetivas em geral e, no momento da devolução, tocar nesse aspecto tentando produzir um início de movimento. (WEISS, 2008.p.138-139)


Sabemos que a criança, muitas vezes, sofre de um assedio moral devido a suas dificuldades na escola ou até mesmo no ambiente doméstico, e isso vem fazendo com que a sua auto-estima ou autoconceito esteja baixo, por isso é preciso ter muita cautela no momento de apresentar os aspectos causadores de sua problemática.

4º Procedimento:Continuando a sessão analisam-se os aspectos que estão realmente causando a dificuldade na aprendizagem apresentando as recomendações (nos níveis familiares e escolares), e indicações necessárias (atendimentos necessários com outros especialistas).

5º Procedimento:Finaliza-se a sessão deixando claro o modelo de Aprendizagem do paciente, seus pontos fortes e fracos quanto a aprendizagem assim como as possibilidades de mudança na busca do prazer e eficiência no Aprender.

Referência Binliográgica:

ANDRADE, Marcia Siqueira de. Psicopedagogia Clínica: Manual de Aplicação Prática para Diagnóstico de Disturbio de Aprendizado. Ed. Póllus Editorial. São Paulo:1998.

WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia Clínica – Uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. 13 ed. Ver. E aml: RJ Lamparina.2003.
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1 comentários:

Jorge on 7 de janeiro de 2012 às 14:18 disse...

Boa tarde,estou para começar uma pós em psicopedagogia clínica e educacional na modalidade semipresencial.Mas na grade do curso não tem estágios,é confiável fazer o curso mesmo sem estágio?Por favor me ajude a tirar essa dúvida,pois preciso fazer a inscrição até o dia 10 de janeiro.Obrigada.Meu email:
cidianabejarano@hotmail.com

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