sexta-feira, 20 de maio de 2011

Jean Piaget - tendência cognitiva



Assista a este vídeo sobre Jean Peaget e a tendência cognitiva, os professores  podem ter uma melhor compreensão do erro e de como usá-lo para construção do conhecimento.

PENSAMENTO INFANTIL O DESENHO DA CRIANÇA


Conheça um pouco mais sobre como acontece o pensamento infantil durante o ato de desenhar.

O desenho e o desenvolvimento das crianças

Os rabiscos ganham complexidade conforme os pequenos crescem e, ao mesmo tempo, impulsionam seu desenvolvimento cognitivo e expressivo

Reprodução/Agradecimento Creche Central da Universidade de São Paulo (USP)
"Sabia que eu sei desenhar um cavalo? Ele está fazendo cocô." 
"Vou desenhar aqui, que tem espaço vazio."

"O cavalo ficou escondido debaixo disso tudo!" Joana, 3 anos

Reprodução/Agradecimento Creche Central da Universidade de São Paulo (USP)

No início, o que se vê é um emaranhado de linhas, traços leves, pontos e círculos, que, muitas vezes, se sobrepõem em várias demãos. Poucos anos depois, já se verifica uma cena complexa, com edifícios e figuras humanas detalhados. O desenho acompanha o desenvolvimento dos pequenos como uma espécie de radiografia. Nele, vê-se como se relacionam com a realidade e com os elementos de sua cultura e como traduzem essa percepção graficamente.

Toda criança desenha. Pode ser com lápis e papel ou com caco de tijolo na parede. Agir com um riscador sobre um suporte é algo que ela aprende por imitação - ao ver os adultos escrevendo ou os irmãos desenhando, por exemplo. "Com a exploração de movimentos em papéis variados, ela adquire coordenação para desenhar", explica Mirian Celeste Martins, especialista no ensino de arte e professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie. A primeira relação da meninada com o desenho se dá, de fato, pelo movimento: o prazer de produzir um traço sobre o papel faz agir.

Os rabiscos realizados pelos menores, denominados garatujas, tiveram o sentido ampliado sob o olhar da pesquisadora norte-americana Rhoda Kellogg, que observou regularidades nessas produções abstratas (veja no topo da página o desenho de Joana, 3 anos, e sua explicação). Observando cerca de 300 mil produções, ela analisou principalmente a forma dos traçados (rabiscos básicos) e a maneira de ocupar o espaço do papel (modelos de implantação) até a entrada da criança no desenho figurativo, o que ocorre por volta dos 4 anos.

No período de produção de garatujas, ocorre uma importante exploração de suportes e instrumentos. A criança experimenta, por exemplo, desenhar nas paredes ou no chão e se interessa pelo efeito de diferentes materiais e formas de manipulá-los, como pressionar o marcador com força e fazer pontinhos. Essa atitude de experimentação tem valor indiscutível na opinião de Rhoda: "Para ela 'ver é crer' e o desenho se desenvolve com base nas observações que a criança realiza sobre sua própria ação gráfica", ressalta Rosa Iavelberg, especialista em desenho e docente da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), no livro O Desenho Cultivado da Criança: Práticas e Formação de Educadores. Esse aprendizado durante a ação é frisado pela artista plástica e estudiosa Edith Derdyk: "O desenho se torna mais expressivo quando existe uma conjunção afinada entre mão, gesto e instrumento, de maneira que, ao desenhar, o pensamento se faz".
De início, a criança desenha pelo prazer de riscar 
sobre o papel e pesquisa formas de ocupar a folha.
Com o tempo, a criança busca registrar as coisas do mundo

Uma das principais funções do desenho no desenvolvimento infantil é a possibilidade que oferece de representação da realidade. Trazer os objetos vistos no mundo para o papel é uma forma de lidar com os elementos do dia a dia. "Quando a criança veste uma roupa da mãe, admite-se que ela esteja procurando entender o papel da mulher", explica Maria Lúcia Batezat, especialista em Artes Visuais da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc). "No desenho, ocorre a mesma coisa. A diferença é que ela não usa o corpo, mas a visualidade e a motricidade." Esse processo caracteriza o desenhar como um jogo simbólico (veja abaixo o comentário de Yolanda, 5 anos, sobre seu desenho).
Reprodução/Agradecimento Creche Central da Universidade de São Paulo (USP)
"Esse aqui não é um coelho. Não me diga que é um coelho 
porque é um boi bebê. Eu estou fazendo uma galinha que foi 
botar ovo no mato. Quer dizer, uma menina que foi pegar plantas 
no mato para dar ao marido." Yolanda, 5 anos
Muitos autores se debruçaram sobre as produções gráficas infantis, analisando e organizando-as em fases ou momentos conceituais. Embora trabalhem com concepções diferentes e tenham chegado a classificações diversas, é possível estabelecer pontos em comum entre as evolutivas que estabelecem. Pesquisadores como Georges-Henri Luquet (1876-1965), Viktor Lowenfeld (1903-1960) e Florence de Mèridieu oferecem elementos para a compreensão dos desenhos figurativos das crianças, destacando algumas regularidades nas representações dos objetos.
Desenhar é uma forma de a criança lidar com a realidade que
 a cerca, representando situações que lhe interessam.
Mais cedo ou mais tarde, todos os pequenos se interessam em registrar no papel algo que seja reconhecido pelos outros. No começo, é comum observar o que se convencionou chamar de boneco girino, uma primeira figura humana constituída por um círculo de onde sai um traço representando o tronco, dois riscos para os braços e outros dois para as pernas. Depois, essa figura incorpora cada vez mais detalhes, conforme a criança refine seu esquema corporal e ganhe repertório imagético ao ver desenhos de sua cultura e dos próprios colegas.
Uma das primeiras pesquisas dos pequenos, assim que entram na figuração, é a relação topológica entre os objetos, como a proximidade e a distância entre eles, a continuidade e a descontinuidade e assim por diante. Em seguida, eles se interessam em registrar tudo o que sabem sobre o modelo ao qual se referem no desenho, e é possível verificar o uso de recursos como a transparência (o bebê visível dentro da barriga mãe, por exemplo) e o rebatimento (a figura vista, ao mesmo tempo, por mais de um ponto de vista). Assim, a criança se aproxima das noções iniciais de perspectiva e escala, estruturando o desenho em uma cena, sem misturar na mesma produção elementos de diferentes contextos (veja abaixo a produção de Anita, 5 anos, que detém essas características).
Reprodução/Agradecimento Creche Central da Universidade de São Paulo (USP)
"Vou desenhar a minha casa. Aqui é o portão e tem 
uma janela aqui." Anita, 5 anos 
"Dá para ver a sua mãe dentro de casa?"
 Repórter
"Não, porque a porta parece um espelho. Só daria

 se a janela estivesse aberta." Anita
O desenho é espontâneo ou é fruto da cultura?

Entre os principais estudiosos, há uma cizânia. Há os que defendem que o desenho é espontâneo e o contato com a cultura visual empobrece as produções, até que a criança se convence de que não sabe desenhar e para de fazê-lo. E há aqueles que depositam justamente no seu repertório visual o desenvolvimento do desenho. Nas discussões atuais, domina a segunda posição. "A única coisa que sabemos ser universal no desenho infantil é a garatuja. Todo o resto depende do contexto cultural", diz Rosa Iavelberg.
Detalhes da figura humana, noções de perspectiva 
e realismo visual são elementos da evolução do desenho.

Essa perspectiva não admite o empobrecimento do desenho infantil, mas entende que a criança reconhece a forma de representar graficamente sua cultura e deseja aprendê-la. Assim, cai por terra o mito de que ela se afasta dessa prática quando se alfabetiza. "O desenho é uma forma de linguagem que tem seus próprios códigos", diz Mirian Celeste Martins. "Para se aproximar do que ele expressa, é preciso fazer uma escuta atenta enquanto ele é produzido." Para Mirian, a relação entre a aquisição da escrita e a diminuição do desenho ocorre porque a escola dá pouco espaço a este quando a criança se alfabetiza - algo a ser repensado em defesa de nossos desenhistas.

* Os desenhos e os diálogos publicados nesta reportagem são de crianças de 3 a 5 anos da Creche Central da Universidade de São Paulo (USP)


ASSISTA AO  VÍDEO : PENSAMENTO INFANTIL - O 

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Como Organizar Um berçário.

Como organizar um berçário adequado

Um berçário ideal exige compreender as necessidades dos bebês de até 1 ano para construir um ambiente que potencialize o conforto e a segurança

Cristiane Marangon
Infografia: Alberto Faria, Luiz Iria e Vilmar Oliveira
Passar grande parte do dia deitado ou sentado, tirar várias sonecas e sujar as fraldas com freqüência são algumas das características dos bebês. Para atender essa faixa etária com qualidade, o ideal é oferecer um ambiente ao mesmo tempo seguro e capaz de garantir o desenvolvimento cognitivo, afetivo, motor e social. Bons exemplos são visores para dividir os cômodos (assim você pode estar num lugar e monitorar o que ocorre em outro), pisos lisos (para não acumular sujeira) e não escorregadios (para evitar quedas), o uso de azulejos no fraldário e no lactário (para garantir a higiene) e a eliminação de degraus e outros obstáculos (para permitir que as pessoas com deficiência e os pais cheguem à creche carregando bebês no colo ou no carrinho). No infográfico destas páginas, você encontra um berçário-modelo. Adapte-o à sua realidade e garanta que os bebês tenham as melhores condições possíveis de atendimento na creche.
No site do Ministério da Educação, você encontra os Parâmetros Básicos de Infra-estrutura para Instituições de Educação Infantil, que definem os padrões para construções escolares

sábado, 15 de janeiro de 2011

PCNs de 6º a 9º ano

sábado, 1 de janeiro de 2011

Adolescentes - Entender a cabeça dessa turma é a chave para obter um bom aprendizado

Fonte do texto: Revista Nova Escola

Uns parecem estar no mundo da lua. Outros, num ringue de boxe. Para driblar essas atitudes que prejudicam suas aulas, é preciso conhecer e respeitar as mudanças que ocorrem na adolescência, ganhar a confiança da turma e aproximar o conteúdo escolar do cotidiano da garotada

Meire Cavalcante

Joyce Costa Batista, 16 anos, Marcos Amaral,16 anos, Morizi Salles Martins,16 anos, Beatriz Maria Minghetti,17 anos, Antonio Carlos de Souza Jr., 17 anos, Fernando Ferreira Garabedian, 16 anos, Erick Tavares Albunaz, 18 anos, Joice Alves dos Santos, 16 anos
Joyce Costa Batista, 16 anos, Marcos Amaral,16 anos, Morizi Salles
Martins,16 anos, Beatriz Maria Minghetti,17 anos, Antonio Carlos de
Souza Jr., 17 anos, Fernando Ferreira Garabedian, 16 anos, Erick Tavares
Albunaz, 18 anos, Joice Alves dos Santos, 16 anos

"A culpa é dos hormônios." Até há bem pouco tempo, a indisciplina e o comportamento emocionalmente instável dos adolescentes eram atribuídos à explosão hormonal típica da idade. Pesquisas recentes mostram, no entanto, que essa não é a única explicação para a agressividade, a rebeldia e a falta de interesse pelas aulas, que tanto preocupam pais e professores. Nessa fase, o cérebro também passa por um processo delicado, antes desconhecido: as conexões entre os neurônios se desfazem para que surjam novas. Simplificando: o cérebro se "desmonta", reorganiza as partes e em seguida se "monta" novamente, de forma definitiva para a vida adulta (veja quadro).

Entre 13 e 19 anos, é comum os jovens apresentarem reações e comportamentos que independem da vontade deles. Portanto, nem sempre palavras ditas de maneira agressiva ou arrogante são fruto da falta de educação. Para quem convive diariamente com turmas dessa faixa etária - que ora parecem estar no mundo da lua, ora com pane no sistema - e quer conquistá-las, a saída é agir de forma firme, mas respeitosa.

Não adianta bater de frente

A primeira "lição" para quem trabalha com adolescentes é não tomar para o lado pessoal qualquer tipo de afronta vinda de um aluno. Responder a uma provocação no mesmo tom só faz você perder o respeito e a admiração do grupo — o que dificulta o trabalho em classe. Além disso, ao perceber que tirou o professor do sério, o jovem se sente vitorioso e estimulado a repetir a dose. "Educar não é um jogo em que se determina quem vence ou perde", afirma a psicopedagoga Maria Helena Barthollo, do Centro de Estudos da Família, Adolescência e Infância, no Rio de Janeiro. Ela sugere que a luta com a garotada dê lugar a parcerias. Os acordos incluem regras, direitos e limites que valem para todos, inclusive você.

O jovem, a partir dos 12 ou 13 anos, está passando por um período de instabilidade psicológica natural. De acordo com a psicopedagoga Nadia Bossa, professora da Universidade Santo Amaro, em São Paulo, nesse período ele revive conflitos típicos da infância. "Aos 2 ou 3 anos, quando a criança percebe sua fragilidade, grita, teima, testa os adultos. Quando a mãe, por exemplo, impõe um limite, ela tem a garantia de que está sendo cuidada", explica. O adolescente faz o mesmo. "Ele testa os limites dos adultos numa tentativa de estabelecer novos parâmetros de poder sobre sua realidade." Considerando a informação, fica mais fácil para você não interpretar reações intempestivas como uma agressão pessoal.

O professor de História Renato Mota Duarte, da Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Derville Allegretti, em São Paulo, já se deu conta de particularidades dessa fase. "Não grito quando os alunos ignoram que eu entrei na sala. Dou bom dia e começo a chamada em voz baixa. Aos poucos eles se acalmam." Mas quando o professor encontra a turma na maior briga? É hora de estabelecer a ordem e ouvir os motivos da discussão. "Não adianta fingir que nada aconteceu porque a cabeça deles está longe da matéria", observa o professor de Ciências e Biologia Jefferson Marcondes de Carvalho, do Colégio Madre Alix, também em São Paulo. Nessas situações, ele age como um intermediário, levando os estudantes a entrar em acordo, mantendo sempre o respeito.

Os alunos precisam ter voz

Os dois educadores apostam na qualidade do relacionamento com os alunos como um dos fatores determinantes para a aprendizagem. Carvalho organiza oficinas de malabarismo com a turma e Duarte incentivou a grafitagem, depois de encontrar a parede do corredor pichada. Dessa forma, os alunos dele perceberam que tinham liberdade de pedir o que desejavam. "A escola tem que acolher as sugestões dos estudantes, analisá-las e ver se são viáveis. Assim, eles se sentem considerados e respeitados", explica Nadia Bossa.

Na escola de Duarte, a cada 15 dias os intervalos têm tempo dobrado, porque os estudantes fazem apresentações musicais para os colegas. O professor também trabalha a interação e o respeito entre os jovens, debatendo assuntos que tanto os inquietam, como sexualidade, drogas, violência e desemprego. Ele costuma atender cada um de seus alunos em particular. "Procuro saber como eles estão se sentindo, os problemas pelos quais estão passando e como é o relacionamento com a família. Deixo que fiquem à vontade para falar."

O interesse facilita a aprendizagem

Confiança e consideração: o professor Renato Duarte, da Escola Derville Allegretti, atende em particular cada um dos alunos, que confidenciam a ele angústias e inseguranças. Foto: Gustavo Lourenção
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Derville Allegretti, atende em
particular cada um dos alunos,
que confidenciam a ele angústias
e inseguranças.
Foto: Gustavo Lourenção

Confiança e consideração: o professor Renato Duarte, da Escola Derville Allegretti, atende em particular cada um dos alunos, que confidenciam a ele angústias e inseguranças
Se os adolescentes admiram e respeitam o professor, ele já tem meio caminho andado para desenvolver os conteúdos curriculares. Para percorrer a outra metade do caminho, é preciso ter boas táticas. Uma das melhores formas de ensinar os jovens é fazer da sala de aula algo bem próximo do mundo deles. Por isso, Duarte fica por dentro da onda hip-hop e aprende parte da linguagem e dos interesses da garotada, enquanto Carvalho assiste à MTV — canal aberto com programação dirigida aos jovens — para saber as novidades. Ambos já sabem que o adolescente só retém na memória o que chama muito a atenção. E a ciência confirma o que eles concluíram no dia-a-dia. Atividades feitas com base em um rap que a moçada adora, por exemplo, permitem que as informações sejam fixadas na memória com mais facilidade.

"A música estimula o lobo temporal no cérebro e faz com que os circuitos estabelecidos com o córtex pré-frontal — região que analisa a informação — sejam mais consistentes", afirma a neuropediatra Tania Saad, professora do Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação, no Rio de Janeiro. O lobo frontal é a região responsável pelas emoções e pelas experiências de vida. Como o cérebro está se reorganizando, o adolescente não tem idéia do que é ou não importante. Por isso, se ele não vê relevância de uma informação para sua vida, o novo dado se perde no turbilhão que é a sua cabeça.

Para fazer das aulas algo que instigasse seus alunos da 6ª série, Carvalho recebeu o jogo Super Trunfo com entusiasmo em sala. Na brincadeira, vence quem tem as cartas com carros mais potentes ou velozes. Com base no conteúdo estudado, a meninada bolou o Super Trunfo Animal. Os alunos pesquisaram vertebrados e invertebrados e levantaram uma série de características de diversos bichos. Eles criaram os critérios de pontuação, que variaram conforme a sala. "Numa turma, os animais em extinção venciam porque eram raros. Em outra, eles perdiam porque, se houvesse uma alteração ambiental, seriam os primeiros a morrer", conta Carvalho.

Duarte vai pelo mesmo caminho e igualmente relaciona o cotidiano dos alunos aos temas do currículo. "Pedi para eles observarem onde eram fabricados os tênis ou as canetas que usavam. Essa foi a forma de introduzir a discussão sobre a abertura econômica da década de 1990 e os índices de desemprego no Brasil", comenta. "Quando o professor aproxima o conteúdo escolar dos interesses dos alunos, a necessidade de resistir fica em segundo plano", analisa Nadia Bossa.

Quando o problema é outro

O mundo do jovem na escola: a turma de Jefferson de Carvalho, do Colégio Madre Alix, aprendeu Ciências ao adaptar um popular jogo de cartas. Foto: Manuel Nogueira
O mundo do jovem na escola: a
turma de Jefferson de Carvalho,
do Colégio Madre Alix, aprendeu
Ciências ao adaptar um popular
jogo de cartas.
Foto: Manuel Nogueira

Nem sempre, contudo, atitudes inadequadas do aluno são totalmente justificadas pela fase por que passa. Agressividade ou problemas de socialização podem ter causas mais sérias, com as quais o adolescente não sabe lidar. "Vale o professor ficar atento também à vida familiar do estudante", alerta Tania Saade. "O jovem não tem um bom rendimento escolar se os pais o agridem física ou moralmente."

Há ainda alunos que chegam à adolescência com problemas auditivos ou visuais nunca tratados, o que justifica o desinteresse pelas aulas. Outro tipo de caso citado pela neuropediatra é o dos estudantes que não cursaram a Educação Infantil. Nessa etapa da escolarização, o aluno aprende a se socializar e a conviver com regras, além de desenvolver a linguagem oral e a psicomotricidade. "É fundamental o professor estudar o histórico completo do aluno e estar atento ao que se passa com ele fora da escola", recomenda Tania.

Trabalhar dessa maneira — conhecendo bem o aluno, fazendo pontes constantes entre o mundo jovem e a matéria a ser dada e driblando o comportamento agitado da turma — requer comprometimento, planejamento apurado e alto grau de paciência. Para não perder o equilíbrio, as especialistas dão uma sugestão importante: deixe seus problemas do lado de fora da sala e não absorva aqueles que surgirem lá dentro. Não é fácil, mas dados os primeiros passos, não só o conteúdo vai ser bem trabalhado como também a formação humana, que justifica a existência da escola.

Cada atitude pede uma solução

Você evita prejudicar suas aulas quando lida adequadamente com reações típicas da adolescência.

Desinteresse — O jovem está mais preocupado com a roupa que vai usar do que com os presidentes da época da ditadura. Tente saber o que passa pela cabeça dele e contemple em suas aulas as dúvidas que traz sobre sexualidade, por exemplo, por meio de dinâmicas, pesquisas ou debates. Para não expor ninguém, procure ter conversas particulares. O estudante precisa sentir que a escola satisfaz suas expectativas.

Agressividade — Vandalismo e agressões verbais e físicas, por exemplo, podem ser resposta do jovem ao mundo que o cerca. Cobranças por bom desempenho escolar e por atitudes maduras geram ansiedade e reações inadequadas, já que ele não se sente apto a atender às expectativas. Procure saber como é o relacionamento do aluno com os pais e que idéia faz de si mesmo e de seu futuro. Se ele encontrar na escola um local para expressar seus pensamentos e descobrir suas aptidões, o nível de ansiedade e a agressividade diminuem.

Arrogância — O adolescente acha que pode tudo. A idéia de que está sempre certo faz com que ele desdenhe do que é dito ou imposto. Em vez de responder à altura, uma boa solução é questioná-lo. Peça que explique o que tem em mente e pergunte porque usou aquele tom de voz. Para responder, ele vai formular melhor os argumentos. Pode ser que reconheça o erro, mas, mesmo se ele mantiver o que disse, já terá ao menos aprendido a se expressar de forma educada.

Rebeldia — Você sugere à turma a apresentação oral de um conteúdo estudado. Responder com um baita "Ah, não!" geralmente é a primeira reação. Os motivos podem ser insegurança ou mesmo uma forma de se auto-afirmar frente aos colegas. O problema é quando a negação vem de forma brusca. O melhor a fazer, nesse caso, é não entrar no embate já que o jovem testa os mais velhos para ver até onde pode ir. Ao falar o que é necessário e deixar claro o papel de cada um, você conquista o respeito deles pelo bom exemplo.

Resistência — O jovem quer experimentar tudo, viver tudo, saber de tudo. Só que tem sempre um adulto dizendo o que ele não pode fazer. Mesmo que essas sejam orientações sensatas, é preciso compreender que sensatez ainda não é uma qualidade que eles valorizam. O adulto é quem impede as coisas que dão prazer. Por isso a resistência ao que vem do professor ou dos pais (e nisso se inclui o conteúdo escolar). Antes de começar a aula, por que não bater um papo rápido sobre algo que interessa à moçada? Aberto o espaço, os jovens baixam a guarda e percebem que para tudo tem hora.

A neurologia explica

Tudo o que pode parecer estranho no comportamento dos adolescentes tem explicação neurológica. A falta de interesse pelas aulas, por exemplo, é conseqüência de uma revolução nas sinapses (conexões entre as células cerebrais — os neurônios). Nessa etapa da vida, uma série de alterações ocorre nas estruturas mentais do córtex pré-frontal — área responsável pelo planejamento de longo prazo e pelo controle das emoções —, daí a explicação para ações intempestivas e às vezes irresponsáveis.

Por volta dos 12 ou 13 anos, o cérebro entra num processo de reconstrução. "É o que eu chamo de 'poda' das sinapses para que outras novas ocupem o seu lugar", afirma o psiquiatra Jorge Alberto da Costa e Silva, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), que estuda essas alterações na Escola Médica de Nova York. Segundo Silva, o cérebro faz uma limpeza de conexões que não têm mais utilidade — como as que surgiram para que a criança aprendesse a andar ou a falar, por exemplo — e abre espaço a novas.

Grosso modo, funciona assim: quanto mais são usadas, mais as conexões se desenvolvem e amadurecem. Imagine que para tocar um instrumento o indivíduo necessite de algumas sinapses. Quanto mais ele pratica, mais "fortes" ficam as conexões. Se não são usadas, elas ficam lá só ocupando espaço e são descartadas na adolescência. Ao mesmo tempo, o que a pessoa aprende nesse período fica para a vida inteira.

Esse intenso processo de monta e desmonta remodela toda a estrutura básica cerebral. Por isso, afeta "desde a lógica e a linguagem até os impulsos e a intuição", explica a jornalista Barbara Strauch, editora de medicina do jornal norte-americano The New York Times e autora do livro Como Entender a Cabeça dos Adolescentes, que apresenta as últimas pesquisas sobre o assunto.
Giovana Girardi

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

SÍNDROME DE GILLES DE LA TOURETTE

Autor: Vicente José Assencio Ferreira

INTRODUÇÃO

Os tiques são transtornos geralmente temporários, associados à distúrbios emocionais provenientes de dificuldades na vida familiar, escolar ou no desempenho profissional, em que a auto-estima, freqüentemente, está comprometida (9). São representados por atividades motoras repetitivas (piscar os olhos, deslocamento rápido da cabeça ou dar de ombros, franzir o nariz, entortar a boca, morder a bochecha, morder objetos ou gola de camisa) ou emissões fônicas pouco usuais (tosse seca, arrotos, pigarros, grunhidos, sons nasais inspiratórios ou expiratórios, como se promovendo “limpeza” nasal). Estas atividades, aparentemente, involuntárias e inconscientes, determinam mal estar, repulsa e, até mesmo, reações exasperadas nas pessoas de convívio íntimo. Em condições de maior estresse, os tiques tornam-se muito mais evidentes e podem se tornar crônicos. Por outro lado, podem ser parciais ou totalmente suprimidos voluntariamente.

Podemos definir os tiques como movimentos, gestos ou vocalizações que surgem de forma súbita, imitando uma atividade normal e que se repetem de forma estereotipada. São de curta duração e, às vezes, podem ocorrer agrupados. Costumam ser autolimitados, desaparecendo totalmente num período inferior a 12 meses ou ser substituído por outro tipo de maneirismo ou mania. A presença de tiques transitórios é mais freqüente entre as crianças, ocorrendo em cerca de 10% delas, com nítido predomínio nos meninos (4). A faixa etária de maior incidência situa-se entre 7 e 11 anos. É mais encontrado entre crianças brancas e residentes em áreas urbanas (9).

Os tiques podem estar presentes em crianças que necessitam avaliação fonoaudiológica ou psicopedagógica por outros motivos, como atraso na aquisição da fala e/ou dificuldade escolar. Entretanto, na maioria das vezes, a presença do tique não determina preocupação no profissional, acreditando que este faz parte do quadro emocional que acompanha a dificuldade de linguagem (falada ou escrita) e na aprendizagem.

Mas atenção! Se você, profissional ligado a área da educação, estiver trabalhando com um paciente e ele for portador de algum tipo de tique, existe a possibilidade de tratar-se de uma síndrome descrita por Gilles de la Tourette em 1885. É importante conhecermos esta patologia porque podem estar associados outros sinais e sintomas que você insiste tentar corrigir, sem saber que faz parte de uma síndrome e que, potencialmente, pode ser resolvido com tratamento medicamentoso. Isto mesmo!!! Éum transtorno que pode ser controlado com o uso de medicamento!!! E não é tão raro como pode parecer. Acredita-se que é pouco diagnosticado pelo desconhecimento dos profissionais que lidam com crianças, tanto na área médica, como psicológica, psicopedagógica, pedagógica e fonoaudiológica.

A Síndrome de Gilles de la Tourette

A síndrome é um transtorno de tique grave, progressivo, em que tiques motores múltiplos e vocais (tiques fônicos) ocorrem combinados. Tem inicio precocemente na infância, com características benignas, observando-se apenas crises passageiras de tiques motores simples, como piscar os olhos ou movimentos bruscos do pescoço/cabeça, podendo surgir e desaparecer, ou tornar-se persistentes, a ponto de já desencadear efeitos nocivos na criança, frente à reação (de certa forma) agressiva da família e as gozações de colegas da escola. À medida que a síndrome se desenvolve, os tiques motores, inicialmente simples, adquirem características mais complexas e múltiplas. Ficam camuflados na forma de atividade motora intencional (como remover o cabelo da testa com o braço), mas acaba sendo identificado como tique por seu caráter repetitivo.

Os tiques fônicos iniciam-se após cerca de dois anos dos sintomas motores, com características simples como grunhidos, pigarros, gritos agudos e curtos. Não raramente, a criança passa a receber apelidos conforme o som que desenvolve. Por exemplo, passa a ser conhecido na escola como hic”, porque ao apresentar o tique motor, emite este som agudo e breve.

As crianças comprometidas com a síndrome dos tiques, podem apresentar, associadamente, alguns distúrbios no comportamento, incluindo fala ou conduta desinibida, impulsividade, desatenção, hiperatividade motora e, tardiamente, sintomas obsessivo-compulsivos, caracterizados por rituais, idéias obsessivas, necessidade de tocar, friccionar, entre outros (1).

A progressão do transtorno determina o aparecimento de maior complexidade da atividade motora, com a presença de posturas e movimentos rápidos, múltiplos e estereotipados, podendo haver participação de todos os segmentos corpóreos, com o indivíduo chegando a simular pulos com quedas espetaculares (sem, contudo, sofrer qualquer tipo de lesão). Nas apresentações mais graves, já bem mais raras e encontradas principalmente nos adolescentes entre 10 e 15 anos, pode ser observado tiques do tipo copropraxia (gestos obscenos) ou manifestação motora com atitudes de auto-agressividade, como tapas em alguma parte do corpo, morder os pulsos, golpear a face, ou, simplesmente, bater palmas em momentos de estresse (9). Os tiques fônicos também mostram progressão, com a substituição dos sons estereotipados por ecolalias (repetição das palavras do interlocutor) ou coprolalias (vocalização de palavras obscenas), isto é, ao invés de grunhidos, o tique fônico torna-se articulado com emissão de palavras, sentenças curtas e, principalmente, palavrões, emitidos em tom alto, gritado. O quadro torna-se dramático e assustador, levando, erroneamente, a diagnóstico psiquiátrico.

A partir dos 10 anos, a criança passa a perceber que existem impulsos sensoriais que antecedem os tiques, como uma coceira ou sensação de cócegas numa determinada área do corpo (10). Esta sensação de desconforto é aliviada quando da ocorrência do tique, dando a falsa impressão ao pré-adolescente acometido, de que o tique possa ser voluntário (7). Por outro lado, esta sensação premonitória pode promover o desenvolvimento da habilidade em reprimir os tiques. Pode disfarçá-los a comportamentos quase imperceptíveis, como um leve levantar de ombros acompanhado de um som gutural abafado. Em ocasiões de grande estresse pode-se perder esta capacidade de repressão, realizando movimentos extremamente impetuosos de braço, acompanhado de um vociferar alto, como um grunhido, e que são alarmantes.

Podemos definir a Síndrome de Gilles de la Tourette, de acordo com os seguintes critérios (2):

instalação na infância ou adolescência (entre 5 e 15 anos).

tiques motores simples no inicio, com a progressão para tiques motores múltiplos e complexos.

tiques vocais simples no inicio, com progressão para palavras articuladas, frases curtas e, posteriormente, ecolalia e coprolalia.

sintomatologia flutuante, com períodos (meses) de exacerbação e de diminuição.

dificuldades comportamentais como impulsividade, desatenção, hiperatividade motora e sintomas obsessivo-compulsivos.

Entre 10 e 15 anos é o período em que a sintomatologia é mais grave e evidente.

Existe importante melhora na fase adulta.

Fisiopatologia

Embora ainda não se conheça perfeitamente a fisiopatologia e nem a etiologia, existe uma série de evidências que indicam ser a Síndrome de Gilles de la Tourette um distúrbio neurológico e não psiquiátrico. Já sabemos que tem caráter familiar em cerca de 80% dos casos, sendo que as manifestações nos familiares costumam ser frustas, com tiques simples e traços de personalidade de tipo obsessivo-compulsivo. A localização gênica no Genoma Humano já está determinada: número da anomalia segundo McKusick (MIM) 137580 e atingindo o cromossomo 18, na porção q22,1 (13).

Os núcleos ou gânglios da base são as estruturas encefálicas implicadas napatologia da Síndrome de Gilles de la Tourette, que se apresentam com menor volume e com evidente decréscimo do seu metabolismo. O desequilíbrio dos neurotransmissores é responsabilizado pelos sintomas de tiques (dopamina, acetilcolina, dinorfina, GABA), desatenção/hiperatividade (noradrenalina) e transtorno obsessivo-compulsivo (serotonina, glutamato) (8).

A explicação para o maior encontro desta síndrome entre os meninos, na proporção de 9 para 1, é a suposição de que os hormônios andrógenos atuam no período pré-natal, quando o cérebro está sendo formado, modificando a estrutura cerebral e, consequentemente, a sua resposta no futuro. Ou então, que depende da ação modificadora dos primeiros hormônios masculinos adrenais, quando da adrenarca que ocorre entre 5 e 7 anos (11).

TRATAMENTO

O tratamento da criança com Síndrome de Gilles de la Tourette deve incluir:

a) Neurologista: que consegue o controle dos sintomas em 80% dos casos, utilizando haloperidol isolado ou associado com pimozida (12).

b) Psicologia para orientação familiar. A orientação psicológica busca transformar a impressão familiar de que a presença dos tiques seja voluntária e com intenção provocativa. Visa, ainda, confortar a família com a possibilidade dos transtornos não serem rigidamente progressivos e que, normalmente tendem a melhorar na idade adulta (5). Essa informação passa a ser vital para aqueles familiares que têm acesso à literatura leiga ou médica geral, que enfoca a síndrome com os casos mais graves e extremos e que, felizmente, são pouco freqüentes.

c) Fonoaudiologia e Psicopedagogia: para o acompanhamento do desenvolvimento escolar que costuma ser abaixo do esperado frente a desatenção e dificuldade específica no aprendizado de leitura e escrita. Os professores devem ser orientados para agir com maior compreensão e moderação frente aos episódios de tiques que podem ter características de alta impetuosidade e agressividade (física e/ou vocal). Por ocasião das provas, devido ao estresse e conseqüente acentuação dos tiques, permitir sua realização em ambiente isolado dos outros alunos ou priorizar as provas orais. Os colegas de classe devem receber orientação especial para evitar caçoar da criança (3).

Prognóstico

O prognóstico é bom, exceto no período entre 10 e 15 anos em que os indivíduos têm piora dos sintomas (6). Na fase adulta o curso da doença é variável, mas a maioria apresenta leves tiques, mais ou menos estáveis, que crescem e diminuem conforme a fase de maior ou menor estresse. A pior complicação se relaciona ao desenvolvimento de transtornos psiquiátricos obsessivo-compulsivos, com fixação em manias de caráter patológico estigmatizante. Na maioria dos adultos acometidos, o que se observa são discretos tiques acometendo a região da face, cabeça e pescoço, associados à atividades obsessivo-compulsivos como abrir e fechar várias vezes uma pasta para certificar-se de que a mesma esta fechada, ligar e desligar um determinado aparelho eletrônico para ter certeza de que está desligado, entre muitas outras compulsões ou obsessões.

Referências Bibliográficas

1. Baer, L. Factor analysis of symptom subtypes of obessive compulsive disorder and their relation to personality and tic disorders. J Clin Psychiatry, 55:18-23, 1993

2. Barbosa, ER. Doenças relacionadas a distúrbios do movimento. In Diament, A & Cypel, S. Neurologia Infantil, 3 ed., São Paulo, Atheneu, 1996. pp. 591-598.

3. Bronhein, S. Na educator’s guide to Tourette syndrome. J Learn Disabilities, 24:17-22, 1991.

4. Burd, L, Kerbeshian, L, Wikenheiser, M et al. A prevalence study of Gilles de la Tourette’s syndrome in North Dakota school-age children. J Am Acad Child Psychiatry, 25:552-553, 1986.

5. Cohen, DJ, Ort, SI, Leckman, JF, et al. Family functioning and Tourette’s syndrome. In Cohen, DJ, Bruun, RD & Leckman, JF (eds): Tourette’s Syndrome and Tic Disorders. New York, Jonh Wiley & Sons, 1988, pp. 179-196.

6. Erenberg, G, Cruse, RP & Rothner, Al. The natural history of Tourette’s syndrome: a follow-up study. Ann Neurol, 22:383-385, 1987.

7. Lang, A. Patient perception of tics and other movement disorders. Neurology, 41:223-228, 1991.

8. Leckman, JF, Peterson, BS, Anderson, GM, et al. Pathogenesis of Tourette’s syndrome. J Child Psychol Psychiatry, 38: 119-142, 1997.

9. Leckman, JF, Peterson, BS, Pauls, DL & Cohen, DJ. Transtornos de tique. In Miguel, EC, Scott, LR & Leckman, JF. Neuropsiquiatria dos Gânglios da base. São Paulo, Ed. Lemos, 1998. pp.206-236.

10. Leckman, JF, Walker, DE & Cohen, DJ. Premonitory urges in Tourette’s syndrome. Am J Psychiatry, 150:98-102, 1993.

11. Peterson, BS, Leckman, JF, Scahill, L, et al. Hypothesis: Steroid hormones and sexual dimorphism modulate symptom expression in Tourette’s syndrome. Psychoneuro-endocrinology, 17:553-563, 1992.

12. Shapiro, ES, Shapiro, AK, Flop, G, et al. Controlled study os haloperidol, pimozide, and placebo for the treatment of Gilles de la Tourette’s syndrome. Arch Gen Psychiatry, 46: 722, 1989.

13. Wajntal, A & Diament, A. Introdução às técnicas do DNA recombinante utilizadas em genética humana. In Diament, A & Cypel, S. Neurologia Infantil. 3 ed., São Paulo, Atheneu, 1996. pp. 336-351.

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